Congregação dos Sagrados Estigmas De nosso senhor Jesus CristoPresente no Brasil desde 1910
Província Sta. Cruz

Início da Congregação dos Estigmatinos

Início da Congregação dos Estigmatinos

Caminhando para os 200 anos de nossa história

“Era quatro de novembro de 1816. Pe. Gaspar se reúne com alguns companheiros no prédio que chamamos de Casa dos Estigmas. Aparentemente, a finalidade era escola. Na verdade, o motivo certo era a fundação Congregação dos Estigmatinos. Fazia-se necessário, porém muito cuidado, para não dar na vista das autoridades civis, que não permitiam a existência de congregações ou ordens religiosas. Chama-se Casa dos Estigmas ao convento e edifício, porque a igreja anexa era dedicada às Chagas de São Francisco de Assis. Daí então o nome da Escola, do Convento e, com o correr do tempo, também Congregação fundada por Pe. Gaspar: Congregação dos Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Quais foram os primeiros estigmatinos? Sem dúvida, o primeiríssimo, foi o fundador, Pe. Gaspar Bertoni. Com ele ingressaram Pe. Giovanni Maria Marani. Também, Irmão Coadjutor, o senhor Paulo Zanolli, torneiro e que agora passa a ser cozinheiro, almoxarife, sem nada entender do riscado. Tanto a casa quanto a igreja estavam em péssimo estado de conservação. Com o tempo, era preciso tratar de tudo isso. Por enquanto, o importante era a viver como estigmatinos em comunidade ali mesmo. Pe. Gaspar cogitava com que fórmula indicaria a finalidade e a mentalidade da congregação. Já tinha determinado que o fim era evangelizar, não havia dúvida. Queria agora uma frase que esclarecesse bem luminosamente este fim. Sabemos que em 1817 ele foi agraciado pela Santa Fé com o título de Missionário Apostólico. Pois bem, tomou esta frase como sendo um lema, curto e claro, indicando a finalidade da congregação. Acrescentou a este lema umas palavras que dão colorido, mentalidade especial da mesma: "em auxílio aos bispos". De modo que todo o conteúdo da finalidade ficou assim expresso: "Missionários apostólicos em auxílio aos bispos."

É interessante observar que o Concílio Vaticano II colocou em realce a doutrina sobre os bispos. Pe. Gaspar, ao determinar sua congregação, antecedeu-se aos tempos: quis a congregação estreitamente unida aos bispos, quis os seus estigmatinos a serviço dos bispos. Assim ficou distintamente concretizada aquela inspiração que tivera durante as missões populares, pregadas na igreja de São Firmo. Já que a finalidade era de missionários, ou evangelizadores, ele providenciou o preparo dos seus estigmatinos a fim de chegar a este requisito. Para isto, usava do seguinte expediente. Terminada a aula na escola, ao invés de tomar as primeiras horas da noite para descanso, após o jantar reuniam-se numa sala, marcavam o lugar do pregador como se fosse um púlpito. Depois, ia um por um fazer o seu sermão diante dos confrades, como se fosse diante do povo. Assim tinham oportunidade de receber as observações e reparo, corrigir falhas com a colaboração dos companheiros e, principalmente, com a orientação do consumado pregador que era Pe. Gaspar. Dentro desta visão de evangelização do povo, o fundador da congregação quer que os seus estigmatinos se preparem com ardor e perseverança. Quer que fiquem a par dos conhecimentos de tudo o que pode servir de matéria de sermão, de catequese, de conferência religiosa, etc. Quer também que aprendam a maneira mais apta para falar ao povo, de modo que a palavra de Deus seja, realmente, entendida e apreciada pelos ouvintes e chegue a mover-lhes o coração para uma conversão sincera e uma formação cristã dia por dia mais profunda.”

 

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